terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Rotariano ajuda escolas na China

Por Bill Benter
Notícias do Rotary International -- 6 de fevereiro de 2012

Eu estava prestes a fazer 40 anos quando me associei ao Rotary. Foi o momento certo, pois estava tão concentrado em minha profissão, desenvolvimento de softwares, que havia me desconectado da comunidade.

Eu estava criando um programa complexo de apostas em corridas de cavalos, com base em 70 variáveis para cada cavalo, o que permitiria que meus colegas e eu determinássemos as possibilidades reais de se vencer qualquer corrida depois que inseríssemos todas as informações no programa e criássemos nosso modelo.

Minha interação era exclusivamente com a tela do computador e, já que não tínhamos clientes, as oportunidades de fazer contato com outras pessoas eram mínimas. Além disso, eu morava em Hong Kong, um lugar muito distante de Pittsburgh, EUA, onde nasci. Nossa meta era analisar todas as corridas de cavalos em Hong Kong com base em desempenho anterior, condições da pista e coisas do tipo, e fazer apostas estratégicas com base nos resultados. Um trabalho muito complicado, porém lucrativo e permitido por lei.

Eu me associei ao Rotary Club de Kowloon North depois de o advogado da empresa, Gilbert Collins, ter me convidado duas vezes. Hesitei um pouco, mas logo passei a fazer parte do Rotary.

Os rotarianos respeitam a dignidade e utilidade de todas as profissões, e eu fiquei imensamente honrado por ter sido convidado. Aprendi mais sobre a comunidade de Hong Kong durante meu primeiro ano como rotariano do que em todo o tempo que havia morado lá. Por isso, não foi surpresa alguma ter me envolvido ativamente nos projetos do clube.


Construção nos novos dormitórios de uma das escolas
Foto cortesia por Bill Benter

 
Escolas destruídas

Tenho interesse e aptidão para números, e desejo usar minhas habilidades para causas nas quais acredito. Como diretor de projetos internacionais, minha responsabilidade era buscar parcerias com clubes de outros países.

Bruce Stinson, ex-presidente do clube de Kowloon North, conhecia Sai-Hong, ex-presidente do Rotary Club de Macau, e havia visitado a região de Du'an, no sudeste da China, em 1999. Ele ficou chocado ao ver as condições de muitas das escolas do local: tetos e paredes destruídos e inexistência de carteiras e cadeiras. Como o clube de Macau não tinha os recursos necessários, nós decidimos entrar em ação.

Eu achava que iria ser difícil lidar com a burocracia da China e assegurar que o dinheiro que arrecadássemos fosse usado como queríamos. Mas quando conheci os oficiais do governo chinês em Du'an, minha confiança aumentou. Eles ficaram honestamente agradecidos por nossa ajuda.

O governo concordou em doar metade do valor necessário se doássemos a outra metade (US$60.000 para construir cada escola). Graças ao sucesso dos meus negócios, pude doar boa parte desse valor.

O clube de Kowloon North fez uma parceria com o clube de Macau para construir as primeiras três escolas da região. Desde então, os clubes do distrito conseguiram patrocinar muitas outras.

Para mim, um dos resultados mais gratificantes destes projetos foi ver minhas percepções mudarem ao me deparar com a realidade. Eu achava que a China era um lugar tirano e cruel.

Brian Wong,  membro do Rotary Club of Kowloon North, e Bill Benter
em frante do velho dormitório dos estudantes de Du'an.
Photo courtesy of Bill Benter

Mudanças

Meus colegas rotarianos e eu aprendemos algumas coisas ao vermos a escola Long'an, na região de Du'an, ser transformada de um prédio em ruínas em uma estrutura funcional. Em certa ocasião eu perguntei ao diretor: "Você bate nos alunos?" Ele me olhou, incrédulo, e disse: "Bater nos alunos? É proibido aos professores e administradores aplicarem qualquer tipo de punição física nos estudantes. Eles fazem isso no seu país?" Para ele, era inconcebível o fato de nós acharmos que aquilo era possível.

Hoje, cerca de 11 anos depois que as primeiras escolas foram reconstruídas, Du'an se tornou uma região próspera. Quando visitamos o local, em 2008, as crianças não olhavam para nossas câmeras com curiosidade; elas é que estavam tirando fotos nossas com seus smartphones.

Será que eu esperava me envolver em tantos projetos, conhecer minha esposa no Rotary e me casar pela primeira vez aos 53 anos? Eu não teria apostado em nenhuma dessas possibilidades.

Programas de computadores têm muitas limitações; eles jamais teriam conseguido prever as aventuras que vivi e as recompensas pessoais que recebi através do Rotary.

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